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14/04/2011
Bancas organizadoras: confira as suas peculiaridades

Especial organizadoras: fique por dentro das provas do Cespe/UnB


Na primeira edição da série sobre bancas de concursos, falaremos sobre o respeitado e temido Cespe/UnB

Para obter aprovação em um concurso público, longas horas em cima dos livros não são suficientes. Muitas vezes, uma pessoa bem preparada pode acabar perdendo sua vaga no servidorismo público por não conhecer bem os macetes e peculiaridades da banca organizadora que o irá avaliar. Para se dar bem em uma prova objetiva, o candidato deve dirigir seus estudos para que o esforço não seja em vão.
Pensando nisso, o Concursos/CorreioWeb dá início à uma série de reportagens que tentará mostrar aos concurseiros de primeira viagem um pouco mais das especificidades de empresas responsáveis por promover alguns dos maiores certames do pais. Começamos falando sobre o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília, o famoso e temido Cespe/UnB.


Temer ou não temer: eis a questão
A banca é tida como uma das mais qualificadas e respeitadas do país. Já organizou concursos de grande porte, como os da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), do Instituto Rio Branco (IRBr), do Ministério Público da União (MPU) e da Policia Federal (PF). Segundo o professor de Língua Portuguesa João Marcos de Camillis Gil, que trabalha com provas do Cespe/UnB há cerca de vinte anos, os candidatos não têm motivos para ficarem inseguros diante das questões cobradas pela empresa. "É bom para o aluno que a instituição elaboradora mantenha um perfil mínimo de qualidade e de respeito ao candidato. Existe um temor quando se fala em Cespe, mas é a melhor prova que nós temos no mercado", desmistifica o docente.

Para João Marcos, a ideia que ainda perdura no imaginário dos candidatos, de que as avaliações da banca são cheias de "pegadinhas" e armadilhas, não tem fundamento. "Isso fica muito mais em um plano de mito do que da realidade. A prova do Cespe/UnB é a que menos traz questões intencionalmente maldosas. Os enunciados são cada vez mais claros e as questões cada vez mais `honestas'. Você vê que a avaliação mede não só o conhecimento específico das disciplinas, mas também algum preparo no sentido de atenção e dedicação do candidato naquela tarefa temporária", explica.

O educador garante que a prova não é um monstro, mas faz questão de ressaltar que, para vencê-la, são necessários pelo menos quatro horas diárias de estudo: "A avaliação exige do candidato, além de um conhecimento gramatical mínimo e de uma capacidade de compreensão e interpretação de textos, o conhecimento de terminologia técnica, o que dificulta bastante o trabalho dos candidatos de modo geral - porque a maioria deles não tem uma formação específica".

Para se dar bem nas provas do Cespe/UnB, também é necessário ter um bom repertório de conhecimentos gerais. "Um aluno bem formado, que tenha acesso à informação e que esteja sintonizado com as mudanças diárias do mundo consegue fazer uma boa prova. Não existe uma bibliografia específica para atualidades, é só acompanhar os grandes acontecimentos atuais: a questão do terrorismo, da miséria africana, das relações internacionais, do capital globalizado e das guerras e pressões mundiais; enfim, de toda a conjuntura sócio-político-econômica", aconselha.

Espantar o medo e o nervosismo na hora da prova também parece algo impossível. Entretanto, se um candidato já está familiarizado com o tipo de avaliação que irá enfrentar, grandes problemas já podem ser limados. "Se o aluno criar o hábito de fazer uma prova por semana de cada disciplina, acaba se habituando com os enunciados, sabe qual é o conteúdo mais exigido". Ou seja, quando o candidato domina melhor a metodologia utilizada pela empresa, mais seguro ele se sente ao responder todas as questões.

Vossa excelência, Cespe/UnB
As provas aplicadas pela banca são divididas em três tipos distintos: de múltipla escolha, resposta numérica e o famoso "certo ou errado". O último modelo é o mais utilizado pela empresa, fato que a diferencia de todas as outras que atuam no mercado. Mas não é só isso: a avaliação que contém este tipo de questões não abre espaço para que o candidato arrisque, porque há uma penalidade: uma questão errada pode anular uma ou duas certas.
Paulo Portela, coordenador acadêmico do Cespe/UnB, afirmou ao Concursos/CorreioWeb que esta modalidade foi criada com o intuito de coibir o "chute". "Este método se chama apenação. Trata-se de um desconto na nota a cada questão marcada errada. Neste tipo de prova, a probabilidade de acertar por chute é de 50%. Quando você apena e diz que o candidato vai perder um ponto a cada item errado, aumenta-se a veracidade das respostas. Ou o candidato erra por não saber a disciplina ou acerta por dominar aquele determinado assunto. A apenação aumenta a credibilidade do concurso", explica.
Mas nem sempre as provas da organizadora foram feitas assim. O coordenador conta que até o início dos anos 90, a metodologia utilizada era baseada na memorização, na capacidade do candidato de "conhecer e lembrar" o conteúdo. Entretanto, logo a técnica foi modificada. "Ocorre que as questões de memorização não permitem que a banca avalie se um profissional tem ou não perfil para as atribuições exigidas pelo órgão. Ao perceber isso, o Cespe incluiu como característica principal a contextualização. O que é isso? É você trazer para a prova situações-problema com as quais o profissional vai se deparar em seu dia-a-dia. Você deixa de cobrar somente a memorização, que é a base do conhecimento, e pede para que o candidato aplique aquele conhecimento, de maneira que o possa raciocinar e não apenas lembrar", argumenta Portela.

Além da contextualização, o Cespe/UnB dá prioridade a outro ponto importante: a interdisciplinaridade. "Isso permite que se utilize, em um determinado item, a abordagem de mais de um objeto de conhecimento. Isso reflete o dia-a-dia do profissional, que vai juntar diferentes habilidades naquele trabalho que vai desempenhar". O coordenador já vislumbra planos para o futuro. "Hoje as seleções são embasadas no perfil e nos objetos de conhecimento. O próximo passo para evolução nos concursos será, além de apresentar um perfil, apresentar uma matriz de habilidades e de conhecimentos".
Recentemente a organizadora lançou o edital do Ministério do Meio Ambiente (MMA), que já segue essa linha esperada para os próximos anos. São 200 vagas para o cargo de analista, divididas entre cinco áreas de concentração. Ao invés de distribuir o conteúdo programático entre matérias de conhecimentos gerais (como Português, Informática e Raciocínio Lógico, por exemplo) e conhecimentos da área à qual se concorre, o edital prevê apenas tópicos específicos ligados às atribuições do cargo - o que vai filtrar mais ainda a escolha dos novos servidores. Segundo o documento, "os itens das provas poderão avaliar habilidade que vão além do mero conhecimento memorizado, abrangendo compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação, com o intuito de valorizar a capacidade de raciocínio".

O cara que venceu a prova
Para o concurseiro Thiago Lindolpho Chaves, de 24 anos, a banca é de fato a mais conceituada do Brasil. A metodologia utilizada pela empresa é a ideal, segundo o analista processual do Ministério Público da União, aprovado em 13º lugar no último concurso, promovido pelo Cespe/UnB. "Dificilmente há problemas na organização, ainda mais se tratando de concursos em nível nacional", alega.
O servidor público já enfrentou diversas provas da organizadora e elogia os métodos utilizados para avaliar os candidatos: "As questões propostas são muito bem feitas. Não é uma avaliação fácil, só quem estuda é selecionado. É muito difícil conhecer alguém que passou por sorte, pois são questões extremamente aprofundadas".

Fique de olho nas orientações dadas pelo professor João Marcos:
1 - Reserve parte dos seus estudos para a resolução de provas recentes da banca organizadora. Faça a avaliação, compare-a com o gabarito oficial e se aprofunde mais nas questões que você errou. Outra coisa: procure nivelar por cima, ou seja, tente estudar provas de grandes concursos, com um grau maior de dificuldade;
2 - Nas provas objetivas, não arrisque: só marque as questões em que você tem absoluta certeza da resposta. Para o docente, é muito difícil conseguir sucesso neste tipo de prova sem ter estudado muito;
3 - Leia atentamente todos os enunciados e também todos os itens. Uma palavra que passa despercebida pode mudar todo o contexto da questão e te induzir ao erro;
4 - Fique sempre atento às atualidades, leia jornais e revistas. Quanto mais você souber sobre conhecimentos gerais, maior a possibilidade de que você se dê bem na prova;
5 - Fique atento aos textos que a empresa disponibiliza nos exames. "Às vezes eles parecem muito difíceis, mas as questões não exigem que o candidato entenda toda a sua complexidade. O nível de compreensão que o Cespe quer que o candidato tenha é mediano", alega João Marcos;
6 - Na hora da dissertação argumentativa, fique de olho nos textos que antecedem as questões. As provas da banca tendem a ser temáticas, a versarem sobre um mesmo tema. A leitura atenta pode te ajudar a desenvolver uma redação mais embasada e segura;
7 - Não acredite nas fórmulas mágicas de resolução de provas e nas técnicas de chute que são disseminadas por aí. Isso não adianta nada. Se puder, estude de quatro a cinco horas por dia e tente absorver o conteúdo listado no edital de abertura - não esquecendo de resolver provas. Só assim você conseguirá sua tão sonhada cadeira em um órgão público.

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Especial bancas organizadoras: conheça um pouco mais sobre as provas da Esaf


Na segunda matéria da série especial, o Concursos/CorreioWeb decifra - com a ajuda de especialistas - um pouco mais sobre os mistérios das provas da Esaf

Imagine uma prova detalhista, que cobra conhecimentos muito específicos e que é capaz de vencer um candidato pelo cansaço. Esse é o perfil das avaliações objetivas elaboradas pela Escola de Administração Fazendária (Esaf). Os concurseiros de primeira viagem devem ficar atentos: para ser avaliado pela banca é necessário, além de muitas horas de estudo, uma boa preparação psicológica.
A organizadora é subordinada ao Ministério da Fazenda (MF) e especialista em selecionar servidores públicos para atuar na área de gestão das finanças públicas; é responsável também por promover uma série de cursos de formação. Organiza concursos como os da Receita Federal (RFB), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A prova objetiva é composta por questões de múltipla escolha, geralmente com cinco alternativas. Segundo a Escola, a maneira como o inscrito será avaliado varia de acordo com o concurso em questão. "Depende da intenção do órgão ou da entidade contratante e ainda do que se espera desse candidato em relação às atividades a serem desenvolvidas", comenta a assessoria de comunicação.
Detalhes, detalhes e mais detalhes
João Marcos de Camillis Gil, professor de Língua Portuguesa em dois grandes cursinhos de Brasília, afirma que para enfrentar os testes da banca o candidato deve estar preparado tanto intelectualmente quanto psicologicamente. "É preciso ter muita paciência para fazer a prova da Esaf, que é normalmente extensa. Os textos são muito trabalhosos", conta. "A avaliação é cheia de quebra-cabeças. Embora as questões sejam de ABCDE, os enunciados pedem muito a atenção do aluno porque a solução do problema pode ser fruto da codificação de cada das perguntas".
Outro fator ao qual os candidatos devem ficar ligados é o de que os exames elaborados pela organizadora são muito detalhistas em relação ao conteúdo. "Como eles trabalham com provas para áreas fiscais, de Administração e de Finanças, os textos às vezes são muito técnicos, o que por si só já dificulta a vida de um leitor normal. Uma coisa que os alunos sempre comentam, que torna a prova mais difícil, é o problema da extensão dos itens. Às vezes cinco alternativas ocupam uma coluna vertical inteira da prova e isso acaba tornando-a muito exaustiva. Ela propõe uma concentração absurdamente grande, muito maior do que a exigida pelo Cespe/UnB", explica.

Além de trazer textos grandes, a Esaf incomoda os concurseiros pelo grau de dificuldade apresentado. "A banca faz questões muito específicas, que exigem conhecimentos especiais do candidato. A prova de Português é muito exigente. Alguns enunciados trazem respostas que dependem da interação de gráficos. Além de ler os textos, entender o que é proposto e julgar as alternativas, o inscrito tem que interpretar um gráfico para arranjar a solução de uma ou outra questão. É uma prova de tabelas, de raciocínio lógico e de resistência, onde o candidato luta muito contra o relógio. A maioria dos candidatos não consegue chegar ao final do teste com lucidez para continuar lendo com atenção", aponta o professor.

O fato de uma questão errada não anular uma certa possibilita o jogo de sorte. "Neste caso vale a pena chutar, tentar tirar uma ou duas questões absurdas e ficar entre três e escolher a `melhor'. Às vezes o candidato não sabe a resposta, mas chega a ela pelo método da eliminação". De acordo com o docente, o exame vai ficando mais fácil gradualmente: "Uma coisa que observo é que os últimos enunciados têm um grau de dificuldade muito menor que o dos primeiros, que costumam ser apavorantes. Eu aconselho os meus alunos a dar uma olhada na prova de trás para frente, até por uma questão psicológica".

Atualize-se já!

Professor de Direito Constitucional e também instrutor da Esaf, Vicente de Paulo alerta para o fato de as avaliações exigirem constante atualização por parte do candidato. "O perfil da banca nos últimos tempos tem sido o de cobrar muita jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo em concursos mais simples. A principal preocupação do aluno deve ser a de estar atualizado sobre as leis. De uma maneira mais geral, eu diria que a organizadora tem se aprofundado cada vez mais em diferentes disciplinas".

Sobre a possibilidade de chute, o docente reitera a dica passada por João Marcos. "Nas provas da Esaf você não é penalizado por marcar um item errado. No caso de o candidato não saber absolutamente nada sobre uma questão, existem técnicas diversas. Uma delas, que eu não acho absurda - se o candidato tiver tempo para isso -, é a de se estabelecer uma proporcionalidade entre as assertivas. Se a sua disciplina tem 10 questões e você marcou com convicção oito delas, procure os itens menos escolhidos nas anteriores para tentar acertas as outras duas. A banca estabelece essa ponderação para evitar o chute cego", ensina.

Vicente de Paulo ainda dá uma dica preciosa para os exames de Direito Constitucional: "Não há avaliação da Esaf em que pelo menos 30% das questões não abordem direitos e garantias fundamentais, que estão previstos no artigo 5º da Constituição Federal. Essa é uma marca certa".

Opinião do candidato
Maira Blanes, de 29 anos, é analista judiciária do STF. Já resolveu algumas avaliações da organizadora e acabou aprendendo um pouco mais sobre os macetes necessários para conseguir uma boa nota. "A primeira prova da Esaf que fiz foi a minha primeira prova de concurso. Como eu não consegui dormir bem na noite anterior, acabei ficando um bom tempo resolvendo as questões de Português. Perdi algumas horas e não consegui terminar a prova de Matemática. Por uma questão apenas não consegui ser aprovada para o cargo de fiscal da Receita Federal", relembra.
A dica da servidora e concurseira para quem está começando a enfrentar a Esaf agora é foco e atenção: "A gente vê nos cursinhos que os candidatos têm que tomar cuidado não com a alternativa certa, mas com a menos errada. As provas da organizadora têm muitos macetes. Em alguns casos, costuma cair sempre o mesmo tipo de enunciado, mudando apenas uma coisa ou outra. A prova de Raciocínio Lógico, por exemplo, tem fórmulas prontas que, se você decorar, acaba matando a questão".

Assim como João Marcos, Maira acredita na otimização do tempo para a resolução do exame. "É necessário fazer o esquema do pega-vareta. É melhor dar uma "escaneada" na prova antes de fazê-la e pegar as questões mais fáceis para resolver primeiro. Depois é só pegar as questões médias e no final, as mais difíceis", finaliza.

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Especial organizadoras: conheça as peculiaridades das provas da FCC


Na terceira matéria da série sobre bancas de concursos públicos falaremos sobre a empresa paulista Fundação Carlos Chagas

Sabe o famoso "decoreba"? Você precisa entender muito desta arte para conseguir se dar bem nas provas da Fundação Carlos Chagas (FCC). De acordo com especialistas em concursos públicos, as avaliações da banca costumam apresentar ao candidato questões extremamente literais, que exigem basicamente a capacidade de memorização do conteúdo apontado no edital de abertura. Outro ponto ressaltado por professores é o de que os exames sempre trazem questões semelhantes - ou praticamente iguais - àquelas utilizadas em certames promovidos pela empresa anteriormente.

A organizadora é uma instituição privada sem fins lucrativos, que atua tanto em âmbito federal quanto nas esferas estaduais e municipais. É responsável por promover concursos de grande porte, como os de tribunais (de justiça, de contas e regionais), de defensorias públicas e ministérios públicos dos estados brasileiros, entre outros. Atualmente a empresa foi escolhida para operacionalizar os dois concursos do Banco do Brasil (BB), que devem formar cadastro reserva para os quatro cantos do país.

Memória afiada
Segundo Paulo Estrella, diretor de um dos maiores cursos preparatórios do Rio de Janeiro, a FCC costuma abranger nas provas praticamente todo o programa exigido no documento de abertura da seleção. "Ela distribui, na medida do possível, as questões por todos os itens do edital. Dessa forma, é necessário que o candidato estude todo o conteúdo, pois não há itens que não tenham chances de serem cobrados", alerta.

Outro ponto ressaltado pelo diretor é o de que a organizadora exige bastante memorização: "Historicamente, a FCC tem preferência por questões literais, ou seja, 'letras da lei'. Com isso, a avaliação favorece mais a boa memória do que a capacidade de raciocínio. Os enunciados de Direito, por exemplo, não são de grande complexidade, mas são pouco previsíveis e ultimamente vem cobrando jurisprudência e doutrina ainda de forma insipiente. A banca está em transformação e vem tentado reverter essa imagem de literalidade das questões".

O ideal, segundo Estrella, é que ao se preparar, o concurseiro tenha uma visão geral das disciplinas cobradas no edital, mesmo que mais superficialmente. "O candidato pode trabalhar os conteúdos que demandam mais profundidade a partir das provas anteriores da banca. Este procedimento evita que ele perca tempo em matérias mais complexas, mas de baixa frequência em provas", afirma.
As avaliações objetivas da banca trazem questões de múltipla escolha, onde é apresentado um enunciado e cinco alternativas para que o candidato eleja qual é o item certo ou o errado. Para o professor, o fato de as provas exigirem basicamente memorização não isenta os concurseiros de ficarem atentos a detalhes que podem fazê-lo perder pontos no certame. "Deve-se tomar muito cuidado nas provas das disciplinas de Direito, pois a retirada de uma vírgula ou de um simples 'não' muda completamente o resultado. Muitas vezes fica difícil perceber essas pequenas mudanças de escrita - e isso exige muito da memória e, é claro, do bom senso do estudante", exemplifica o docente.
Repetição leva à perfeição
Antônio Geraldo é professor de Raciocínio Lógico em um curso preparatório de Brasília/DF e trabalha com exames de concursos públicos há onze anos. O docente acredita que se o candidato tem o hábito de conviver com as avaliações da organizadora constantemente, é capaz de alcançar aprovação nelas. "O exame da FCC é muito objetivo e muito repetitivo. Se um aluno pega um apanhado de provas da banca, fica muito difícil ele não gabaritar", ensina. "É um teste bem tradicional, em que o 'decoreba' é bem prestigiado, diferente do que acontece no Cespe/UnB", complementa. Para Geraldo, uma das características principais é a repetição de conceitos usados em concursos anteriores.
Uma das peculiaridades da banca apontadas por Geraldo é a aferição das notas em alguns exames por meio do escore padronizado - e essa deve ser uma das preocupações do candidato ao checar o documento de abertura de uma seleção. Como isso funciona? De acordo com alguns editais lançados pela organizadora, na avaliação de cada prova é usado o escore padronizado com média igual a 50 e desvio padrão igual a 10. Este modelo tem o intuito de avaliar o desempenho do concurseiro em relação aos outros concorrentes, e isso faz com que a posição de cada inscrito reflita sua classificação (confira a seção VIII do edital do TRT da 4ª Região).

A organizadora não penaliza o inscrito pela marcação de um item errado, o que permite o risco. No entendimento de Geraldo, o chute nunca é recomendado, mas bons concorrentes podem desenvolver técnicas. "Se o candidato errar, não vai ter uma questão anulada, então a idéia é marcar aleatoriamente um item qualquer. Há uma dica que só vale para o aluno excelente, que vai resolver quase a totalidade da prova. Por exemplo: se de 100 questões ele marcou 20 letras A, 20 letras B e 20 letras C, nas outras 40 ele pode tentar o chute nos itens que foram menos marcados", ensina.

Palavra da concurseira
A assistente administrativa Eunice de Santana, 38 anos, tem experiência em avaliações da FCC. "A prova é muito boa e cobra basicamente a 'lei seca', a lei literal. Basta você decorá-la que consegue responder as questões", alega. A estudante também reitera a dica dada pelos professores Paulo Estrella e Antônio Geraldo. "Se você refizer as outros exames da banca, vai entender o que ela quer do candidato".
"Para mim, a parte de Português é bem mais difícil do que a do Cespe/UnB. Você realmente tem que utilizar a interpretação e ter a gramática bem afiada e esse é um diferencial da prova. Também é preciso ter muito cuidado com os detalhes da avaliação de Informática. As outras matérias já são mais 'decorebas'", finaliza Eunice.

A banca organizadora foi convidada para participar da reportagem, entretanto não respondeu o e-mail enviado pela nossa equipe.

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Universa - Fundação Universa
As provas da Fundação Universa são mais centradas no Distrito Federal, pois a banca é ligada à Universidade Católica de Brasília (UCB).  As questões são de múltipla escolha e os itens dos enunciados costumam ser longos. Eventualmente, requerem elevada capacidade de interpretação e, às vezes, cobram conteúdos memorizados. Em Atualidades, a Fundação Universa cobra elementos do DF. Essa banca organiza, principalmente, concursos distritais e do estado doTocantins.

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Funrio - Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência
Geralmente, as questões da Funrio são longas e exigem que o candidato tenha boa memória, mais do que raciocínio, pois cobram conteúdos decorativos. Os enunciados costumam ser complexos. A Funrio organiza concursos federais e estaduais.

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Cesgranrio - Fundação Cesgranrio
O estilo da Cesgranrio é semelhante ao da Fundação Carlos Chagas (FCC).  Em Atualidades, cobra elementos do cotidiano. Costuma utilizar gráficos e imagens, o que exige do candidato capacidade de visualização e de interpretação. Essa banca organiza concursos federais e estaduais.

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Quadrix - Instituto Quadrix de Responsabilidade Social
Essa banca segue o estilo da Cesgranrio. Há uma mistura na cobrança de conteúdos decorados com conteúdos recentes, dos últimos doze meses. Tópicos de Atualidades são pouco abordados. O instituto realiza concursos federais, estaduais e municipais.


FGV - Fundação Getúlio Vargas
As questões de provas elaboradas pela FGV não possuem muita homogeneidade. Podem ser mais complexas, bem elaboradas e longas ou requererem conteúdos memorizados. Os enunciados pedem análise de itens, exigindo do candidato a correlação dentre o certo e o errado. O estilo dessa banca se assemelha com o da Fundação Carlos Chagas e o da Cesgranrio. A FGV organiza concursos federais e estaduais.

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FONTE: CORREIO WEB E IG

 

 

 

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